A terceira etapa da Volvo Ocean Race começou neste domingo (10) na Cidade do Cabo, na África do Sul. A perna deve ter duração de 15 dias e terá como destino final Melbourne, na Austrália. Os sete barcos na disputa, incluindo o team AkzoNobel, da brasileira Martine Grael, terão 6.500 milhas náuticas pelos mares do sul, famosos pelos ventos fortes, ondas gigantes e o frio. Logo de cara, os tripulantes pegaram rajadas de até 25 nós.
A previsão é de ventos muito fortes até segunda-feira (11), depois deve diminuir um pouco até voltar a soprar com intensidade novamente já no Oceano Antártico (mares do sul).
“Estou tentando me preparar psicologicamente antes de sair da Cidade do Cabo. Será uma etapa muito dura e difícil. Nós do team AkzoNobel estamos com pensamento positivo para conseguir andar bem e chegar mais perto dos líderes da Volvo Ocean Race”, disse a campeã olímpica Martine Grael.
A liderança nas primeiras milhas ficou dividida entre MAPFRE e Dongfeng Race Team, curiosamente os primeiros colocados na classificação geral, O AkzoNobel deixou o percurso entre boias com a Table Mountain de fundo em quarto.
Para Martine Grael, a etapa 3 é importante, pois tem pontuação dobrada, ou seja, o vencedor soma 14 pontos mais 1 de bônus. Nas pernas normais, o ganhador leva 7. “A terceira etapa também é importante, pois tem o ponto duplo, o que no ajudaria na classificação. Na última etapa – entre Lisboa e a Cidade do Cabo – ficamos em quinto lugar. Foi uma perna difícil psicologicamente. Ficar no grupo de trás para uma tripulação muito competitiva, onde todo mundo quer ganhar, não é fácil. Chegamos cabisbaixos na África do Sul. Mas algumas mudanças foram feitas, incluindo a chegada de dois tripulantes novos”, reforçou Martine Grael.
O team AkzoNobel colocou dois velejadores novos no grupo. o espanhol Alex Pella, recém ganhador da Transat Jacques Vabre na classe Multi50, e o neozelandês Justin Ferris estão no time. Já o Dongfeng Race Team teve que fazer uma mudança de última hora. O neozelandês Daryl Wislang sofreu uma lesão nesta manhã e a equipe decidiu não arriscar, colocando a bordo o francês Fabien Delahaye.
Foi a décima primeira vez na história do evento que a flotilha partiu da Cidade do Cabo. “São as piores condições que se pode encontrar, mas também as melhores de todas”, disse Stu Bannatyne, três vezes vencedor da competição, a bordo do Dongfeng em resposta a uma pergunta sobre o Oceano Austral.
“Felizmente, a mente humana esquece os maus momentos e só lembra do bom, e é por isso que continuamos a querer voltar”.