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Classic Sailing Festival do YCP define campeões brasileiros de clássicos

O Yacht Club Paulista (YCP) reuniu neste fim de semana (26 e 27) parte da história vitoriosa da vela brasileira na segunda edição do Classic Sailing Festival. Além da exposição de embarcações que marcaram época e de assessórios do tricampeão mundial de Finn, Joerg Bruder, a programação do evento incluiu o Campeonato Brasileiro de Clássicos, homologado pela CBVela e Fevesp – Federação de Vela do Estado de São Paulo.

Entre os 16 barcos inscritos, com no mínimo 25 anos de fabricação, vitória de Alberto Hackerott e João Gordinho, de apenas 11 anos, ambos do YCP, na categoria Vintage, com Joint Venture, da classe Snipe. Na modalidade Clássico, o trio Ricardo Barbosa, Caio Prado e Fred Paim levou a medalha de ouro com Whisky, barco Lightning do YCSA – Yacht Club Santo Amaro. As duas regatas, uma no sábado e outra no domingo, tiveram vento de quadrante sul entre 7 e 10 nós.

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Barcos históricos no YCP (Douglas Moreira / Fisheye Image)

Hackerott elogiou a raia montada pelo juiz internacional Dionysio Sulzbeck. “Tivemos um percurso inédito, largando em frente ao YCP, passando pelo YCSA e SPYC, e retornando ao YCP, os três clubes que reúnem a flotilha de clássicos da Guarapiranga. É uma satisfação participar de um evento comemorativo aos campeões da vela”, afirmou o velejador fita azul (primeiro a cruzar a linha de chegada) na regata de domingo.

O diretor de Vela do YCP, Alonso Lopez, exemplificou o saudosismo saudável que tomou conta do clube no fim de semana. “Um associado do SPYC (Clube dos Ingleses) atravessou a represa remando uma catraia de madeira e a colocou entre os veleiros expostos. Esse é o espírito do evento. Recuperar um barco antigo para que possa voltar a correr”. Alonso velejou no Vagabondo, medalha de prata na Vintage, com Tamara, filha do navegador Amyr Klink.

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Duelo clássico na Guarapiranga (Douglas Moreira / Fisheye Image)

“O que mais gostei, foi a variedade de regulagens que a classe Snipe oferece. A bordo, o sentimento é de que você passa a fazer parte da história do barco. É muito bom ver o cuidado que os proprietários têm com suas embarcações de madeira. Precisamos estimular a cultura de se conservar os barcos”, recomendou Tamara, acostumada a velejar em classes oceânicas e assídua remadora na raia olímpica da USP.

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Vagabondo antes da regata (APJ Esportes)

Homenagem ao tricampeão – O fim de semana foi especial para Georgia, filha do tricampeão mundial de Finn, Joerg Bruder, homenageado no II Classic Sailing Festival. “Depois de tantos anos, é muito bom ver o carinho que o pessoal da vela conserva pelo meu pai. Eles acabam transferindo esse sentimento para mim”, constatou a velejadora que levou para a raia o Finn, Neguinho, nome que o pai dava aos seus barcos. “Sentar no deck e correr uma regata foi uma emoção especial”.

Bruder se tornou tricampeão mundial nos anos consecutivos de 1970 (Cascais), 1971 (Toronto) e 1972 (Anzio). Disputou três olimpíadas e conquistou o bicampeonato dos Jogos Pan-Americanos em 1967 (Winnipeg) e 1971 (Cali) também na classe Finn. Faleceu em 1973 no acidente aéreo com o voo da Varig em Orly, quando viajava para disputar o tetracampeonato mundial de Finn, na França.

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Bonifa: Joia Clássica (Douglas Moreira / Fisheye Image)

O Classic Sailing Festival premiou os clássicos em madeira

Troféu Joia Clássica – As relíquias náuticas foram admiradas na terra firme, na sede do YCP e desfilaram na raia na hora da regata. O júri especial avaliou as embarcações considerando: beleza, originalidade, navegabilidade e estado de conservação. O vencedor foi o Bonifa, da classe Simplet, da década de 1950, seguido pelo Snipe, Vagabondo, com o Finn, Neguinho, em terceiro lugar.

“O que mais me chama a atenção é a arte da madeira trabalhada que esses barcos apresentam”, observou Frederico Hackerott, medalha de prata com Bonifa no Brasileiro, categoria Clássicos. “É o barco mais original da represa. Tem o casco de compensado, mastro e retranca de madeira, e pesa apenas 80 kg. É muito rápido”, elogiou Fred.  

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Clássicos: arte em madeira (Douglas Moreira / Fisheye Image)

II Campeonato Brasileiro

Categoria Clássico

1 – Whisky (YCSA) – Lightning – Ricardo Barbosa, Caio Prado e Fred Paim

2 – Bonifa (YCP) – Simplet – Fred Hackerott

3 – Olímpico (SPYC) – Hans Ludwig

Categoria Vintage

1 – Joint Venture (YCP) – Snipe – Alberto Hackett e João Gordinho

2 – Tortuga (YCSA) – Snipe – Roberto Camps e Denise Cahnfeld

3 – Pasta (YCP) – Snipe – Jonas Chorociejus e Luiz Borba

Troféu Joia Clássica

1 – Bonifa (YCP) – Simplet

2 – Vagabondo (YCP) – Snipe

3 – Neguinho (YCP) – Finn

Por: Ari Pereira Jr.

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