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Tranquilidade a bordo: conheça alguns tipos de estabilizadores

Se você já ficou mareado a bordo, provavelmente não vai esquecer tão cedo desse sentimento. E, se você não enjoa, pode se considerar uma pessoa do mar ou de sorte, pois a náusea é o pior efeito que o balanço pode criar, mas não é o único. Pratos e copos quebrados, incapacidade de se movimentar e até mesmo quedas graves podem resultar do balanço da água. E é exatamente por isso que os estabilizadores são um grande negócio. Com vários fabricantes constantemente competindo para descobrir a melhor maneira de manter a estabilidade, fomos ver o que os líderes da indústria tem de melhor.

 

SEAKEEPER

 

estabilizadores - boat shopping

 

Talvez o mais comum ou conhecido sistema de estabilização que vemos a bordo das embarcações, é o estabilizador giroscópio da Seakeeper, e podemos afirmar que sim, eles realmente funcionam. Mas como?

“Simplesmente estamos girando um pendulo em alta velocidade dentro de uma capsula fechada a vácuo e como qualquer massa que gira, ele tende a manter a orientação”, explicou Andrew Semprevivo, diretor global de venda da Seakeeper. “Quando o barco balança, o giroscópio se inclina na direção oposta, ou para frente e para trás. Esse processo é chamado de precessão, um fenômeno físico que consiste na mudança do eixo de rotação de um objeto. O movimento acontece enquanto ele gira, o que gera o torque necessário para contrabalancear o movimento do barco”, complementou.

Um sensor eletrônico interno detecta as ondas entrando ou batendo e ajusta a velocidade de precessão do giroscópio e, efetivamente, o seu torque. Significa que o barco negocia com a superfície do oceano como um surfista que posiciona seu corpo para pegar uma onda.

A Seakeeper, que detém uma grande parte do mercado de estabilizadores giroscópicos (a Mitsubishi vem logo atrás), afirma que pode reduzir o balanço de 70 a 90%. Ele tem cinco modelos que são particularmente leves, dependendo do tamanho da embarcação. O Seakeeper 5, que pesa 358kg e serve para barcos de 30 a 50 pés, o Seakeeper 9, que pesa 550kg para barcos de 50 a 65 pés, o Seakeeper 16, que pesa 952kg para barcos de 65 a 80 pés, o Seakeeper 26, que pesa 1.383kg para barcos de 80 a 100 pés e o Seakeeper 35, que pesa 1.778kg para barcos acima dos 100 pés. Dependendo do tamanho do seu barco você pode precisar de mais do que um pois aumentará o peso total do barco.

 

NAIAD

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A outra maneira para estabilizar o barco é o uso de aletas e um dos principais nomes do mercado é a Naiad. A empresa fabrica uma ampla gama de dispositivos de controle de movimento para embarcações militares, comercias e de esporte e recreio, mas no caso dos barcos desta categoria ou monocascos, o produto ideal são as aletas. É exatamente o que parece, são duas aletas fixadas em ambos os lados do casco, abaixo da linha d’agua, que formam um ângulo direto para segurar a pressão da água aonde ela atinge, estranho? De forma resumida, são duas quilhas (o termo correto é aleta), que inibem o balanço gerado pelas ondas.

Charles Egan, engenheiro técnico da Naiad, explica melhor o funcionamento, “Um sensor de movimento eletrônico detecta até o menor movimento na água e comanda as quilhas para girar em conformidade com a pressão exercida. Assim, por exemplo, se o balanço ou movimento do barco for para bombordo, as aletas irão girar no sentido contrário para contrabalancear. Elas ainda podem ser usadas com o barco em movimento, onde podem reduzir o balanço em até 90% e com o barco parado, a redução é de até 70%”.

No momento, a Naiad adapta um sistema utilizado em balsas de alta velocidades de transporte de passageiros e veículos para o mercado de lazer. Essas aletas são curvas e são instaladas na popa do barco, controlando efetivamente o balanço. O sistema funciona melhor em velocidades acima de 20 nós e deixarão os proprietários com a opção de escolher o produto que mais se adequa ao seu barco.

 

HUMPHREE

 

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Humphree é uma empresa sueca que instalou seu primeiro sistema de estabilização em uma balsa italiana em 2000. Assim como a Naiad, a marca atende a área militar, comercial e o mercado de esporte e recreio, mas o mais notável é a faixa de tamanho dos barcos em que está apta a atender (400 pés). Há menos de três anos, a Humphree se estabeleceu em Virginia Beach e desde então tem trabalhado com empresas como a Volvo Penta, Lazzara, Merrit, Viking, Marquis, entre outros estaleiros americanos.

Kent Lundgren, presidente da Humphree EUA, explica: “Fazemos um grande número de projetos personalizados e ajustes necessários para qualquer tipo de barco, onde o sistema se adequa para o proprietário ter o melhor uso dele, pois é uma superfície plana e as lâminas se movem de cima para baixo. Quando acionado hidraulicamente, cria uma pressão na placa que gera o movimento. Para exemplificar, nós fazemos o processo semelhante ao trim do barco, mas de uma maneira muito mais eficiente, pois não criamos arrasto como os outros sistemas”.

O Humphree também faz o papel dos estabilizadores, mas com menos peso. Enquanto os outros sistemas podem pesar por volta de 450 kg, o da Humphree pesa por volta de 45 kg, as placas tem 0.25 polegadas de largura por 3 polegadas de comprimento. Obviamente por causa do seu tamanho e posicionamento, o sistema funciona melhor para barcos mais leves e em movimento, mas se você é um proprietário de “peso” e velocidade constante, ele pode ser exatamente o que você está buscando.

 

QUANTUM

 

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Para algumas pessoas, simples nunca é o bastante. E quando se trata de magia mecânica é difícil achar outra empresa que mais se destaca no mercado de estabilizadores marítimos do que a Quantum. A empresa tem dois produtos principais que vendem para o mercado de esporte e lazer. O primeiro é o sistema XT, é uma aleta retrátil que funciona tanto com o barco em movimento, quanto parado. Em movimento, a quilha fica recolhida próxima ao casco fazendo pequenos ajustes, pois com o barco indo para frente não dá para sentir muito o balanço. No entanto, com o barco parado, ou se movendo lentamente, as aletas se abrem totalmente, permitindo mais força na batalha contra as ondas.

O outro sistema que a Quantum constrói é o Mag Lift. Embora possa ser colocado em barcos menores, ele é muito comum em megaiates com tamanhos entre 180 e 500 pés. Talvez porque o custo seja realmente alto. O gerente de vendas da Quantum, Mark Armstrong conta: “O Quantum Mag Lift Zero Speed é basicamente um estabilizador dentro de um cilindro giratório. Ele funciona como uma bola curva (arremesso do beisebol) e se baseia em uma teoria apresentada por Gustav Magnus e Sir Isaac Newton. O cilindro se projeta a 90 graus para fora do casco e gira a uma velocidade entre 300 a 1.500RPM, dependendo do tamanho do sistema. E como a água flui sobre o cilindro, você tem o que é conhecido como efeito Magnus, ou seja, é o fenômeno pelo qual a rotação de um objeto altera sua trajetória em um fluido (líquido ou gás). Essencialmente, a diferença de pressão criada produz uma força de elevação muito poderosa. É muito parecido com uma asa de avião, finaliza Armstrong. Mas com o preço nas alturas, seria esse o melhor sistema pra você?

 

TRAC

 

 

Opção moderna de estabilizadores digitais com tecnologia diferenciada, pois a aleta possui pequenas asas nas extremidades que ajudam a diminuir ainda mais o balanço do barco. A empresa garante que eles podem eliminar quase todo o movimento das ondas e o sistema eletrônico faz a aleta se mover em qualquer ângulo. Vem equipado com um monitor de touchscreen de LCD intuitivo, pois é fácil de operar, basta ligar que ele mesmo identifica o balanço do mar e ajusta a aleta para a melhor posição. Todos os modelos fazem isso automaticamente também, mas eles garantem ter uma tecnologia especial para isso. Os estabilizadores estão disponíveis para embarcações de 39 até 225 pés e já são conhecidos de alguns brasileiros que optaram em instalar nos barcos da Sunseeker e da Princess Yachts.

Os estabilizadores da TRAC foram desenvolvidos para trabalhos pesados; os componentes internos são potencializados, ou seja, maiores do que realmente precisam ser. O eixo que movimenta a aleta é duplamente selado, livre da manutenção e por ser uma peça única, a instalação é mais rápida que o convencional.

 

WESMAR

 

estabilizadores - boat shopping

 

Velha conhecida do mercado nacional, a marca já esta no Brasil há bastante tempo através do seu represente e esteve presente em diversos eventos. Ela tem três opções de modelo: SDS (Standard Digital Stabilization ) é o sistema básico e oferece um movimento rápido da aleta para estabilizar o balanço mais rápido. O movimento da aleta pode ser visto em tempo real pelo painel de controle. A segunda opção é a DSL (Digital Stabilization and Lift), que tem um software que controla o sistema, deixando a aleta em um ângulo positivo, que de acordo com a empresa, até ajuda na economia de combustível. E a terceira opção é DSLA (Digital Stabilization, Lift and At Anchor) que monitora o movimento das ondas quando o barco está parado e automaticamente ajusta a aleta para a melhor posição.

Ele pode ser utilizado com o barco em movimento e reduz em até 90% o balanço do barco. Pode ser instalado em barcos grandes, normais e de performance. Um detalhe interessante da Wesmar é que ela possui um sistema de upgrade sem necessariamente ter que mexer no produto instalado no barco, é chamado de WESMAR Retrofit Package. Não precisa trocar o atuador e a aleta existente funciona em todos os modelos antigos da marca e em alguns de outras empresas.

 

SIDE POWER

 

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Há quatro anos no mercado, a Side Power pode ser a mais jovem entre os estabilizadores, mas contam com o apoio de institutos de tecnologia de ponta na Noruega, que desenvolveram um novo e moderno projeto. A Side Power se orgulha de sua tecnologia avançada e justamente por isso, a empresa ganhou o prêmio de inovação geral na Marine Equipment Trade Show (METS), em Amsterdã. Eles partiram da tecnologia padrão de estabilizadores por quilhas e inovaram totalmente esse conceito. Para esclarecer melhor esse assunto, Phil Whittaker, gerente de produto da importadora americana explica o processo: “O que nós fizemos de diferente foi utilizar a aleta curvada, deixando-a em uma posição mais horizontal. E o que ela faz de verdade, é aplicar uma força maior no sentido vertical para acima. Isso reduz a componente horizontal da força que existe nas aletas tradicionais e assim diminuem os efeitos laterais e o arrasto. Nós reduzimos também o desperdício de força exigida no sistema, em alguns casos,  comparados a outras empresas, nós conseguimos um efeito entre 30 e 50% melhor, afirma Whittaker.

As aletas usadas pela Side Power têm atuadores de tamanho bastante reduzido e com baixo perfil de altura, sendo instalados em ambos os lados do casco do barco. Elas trabalham em qualquer velocidade, sendo que, ao contrário dos estabilizadores giroscópicos, a força aplicada aumenta com o quadrado do aumento da velocidade, o que proporciona uma maior estabilização quando em velocidade. Seu efeito de elevação da embarcação diminui o arrasto, o que compensa a instalação das aletas. Os usuários ainda relataram que embarcações com este sistema chegam até a apresentar alguma economia de combustível e melhora de desempenho em relação às mesmas embarcações sem sistema de estabilização. Outra diferença notável é que graças a seus sensores e algoritmos, permite inclinações naturais das embarcações quando faz curvas. Sem dúvida um item de conforto que diminui a componente horizontal da força centrífuga a quem está dentro da embarcação.

Ele é um equipamento versátil. A fábrica, entretanto, tem sido cautelosa, certificando tecnicamente os estaleiros aptos a utilizar seus equipamentos, que estão começando a ter adeptos aqui no Brasil. Com certeza, é uma opção que deve ser olhada mais de perto por quem busca esse conforto para o barco.

 

Estabilizadores no Brasil

Você pode escolher qualquer um desses produtos, grande parte já encontra-se aqui no Brasil através de representantes das marcas. Não existe um melhor que o outro e sim o quanto cada empresa foi a fundo na busca da tecnologia para reduzir o desconforto a bordo, porque em todos os sistemas garantem a redução do balanço em até 90 por cento. O que pode ser feito é visitar embarcações que utilizam estabilizadores e verificar qual melhor se adapta a você.

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