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Lage de Santos: a grande pedra no caminho

Quem é mergulhador ou passeia de barco pelo litoral paulista sabe que a Laje de Santos é um paraíso para mergulho e um ótimo local para passear. É necessário pouco mais de uma hora da costa da Baixada Santista para chegar navegando a uma formação rochosa – que parece uma baleia – bem no meio do oceano. Ali fica o primeiro parque marinho do Estado de São Paulo. Um paraíso subaquático que atrai inúmeros mergulhadores e turistas que vão até lá para apreciarem suas belezas naturais. A Laje é considerada é um dos melhores pontos de mergulho e de fotografia subaquática do Brasil. E pela sua proximidade da costa, é uma das mais belas opções de passeios rápidos para embarcações de recreio na região de Santos e Guarujá.

A Laje de Santos caracteriza-se por uma formação rochosa granítica de aproximadamente 550 metros de comprimento, 33 metros de altura e 185 metros de largura. Parece mesmo uma grande baleia… Quem passa por lá não se arrepende: a água do mar quase sempre azul e com temperaturas superiores aos 24 graus no verão faz a experiência ser mais que inesquecível: é surpreendente.

“Cada mergulho é uma surpresa. Só o fato de estar tão longe de tudo, no meio do oceano, em uma pedra, no formato de uma baleia, já faz de lá um lugar muito especial, cheio de vida”, conta a mergulhadora Paula Romano, que costuma ir ao local com sua lancha cabinada de 27 pés. Além da Laje, Paula já esteve nos mares de Cuba, Curaçao, Cozumel, San Andrés, Roatán, Flórida, Galápagos, Califórnia, Equador e, diversas vezes, em Fernando de Noronha. Ela nunca perde a chance de uma navegada e um mergulho nas águas deste santuário preservado.

Da Baía de Santos, são apenas 21 milhas náuticas seguindo a bússola na direção Sul (180 graus) ou simplesmente plotando o ponto na carta náutica do seu GPS, que indica claramente o local exato, bem como os limites do parque. Aliás, é bom ressaltar que se trata de um parque de conservação da vida marinha, portanto, há de se respeitar as Leis ambientais. Há coisas que se pode ou não fazer por lá.

A Laje de Santos é uma unidade de conservação estadual e, por isso, são proibidas as atividades depredatórias, tais como a pesca de qualquer natureza, o desembarque na pedra, a limpeza de porão ou do casco e qualquer outro ato que não seja contemplativo.

Assim como é fácil chegar, é muito tranquilo ficar por lá. Há alguns cabos de amarração que ficam submersos aproximadamente quatro metros e quem normalmente os usa são os operadores de mergulho credenciados. É admissível, entretanto, solicitar uma amarração junto a eles. Caso não seja possível, basta parar seu barco em frente à pedra, onde há abrigo do vento e da ondulação, e buscar na sonda a profundidade de 30 metros. Nesta marca é permitido lançar âncora no substrato e curtir o dia com um churrasco com a família e amigos.

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Fique atento apenas para não fazer barulho demais ou ligar o som alto. A pedra é residência fixa de aves marinhas que ali fazem ninhos e, se forem perturbadas, voam, correndo o risco de terem seus ovos e filhotes atacados por gaivotas e fragatas. E não jogue lixo ou qualquer coisa na água.

Dependendo da época do ano, é possível que o visitante observe, mesmo que não mergulhe, golfinhos e baleias. Mas de baixo d´água, é possível ver cardumes coloridos, muitas tartarugas, garoupas, entre dezenas de outros seres marinhos em seu habitat natural. Há registros também dos inofensivos tubarões-baleia. Isto sem falar nos destroços de um naufrágio bem identificável. Como dissemos: o mergulho por lá é belo e surpreendente.

Apesar da impressionante diversidade, a personagem principal do parque marinho é a raia manta (Manta birostris), conhecida como a “gigante dos oceanos”. Podendo medir mais de sete metros de comprimento, o animal, extremamente dócil e que corre o risco de extinção, motivou o nascimento de um projeto ambiental que zela pela preservação da espécie.

Pioneiro no Atlântico Sul, o Projeto Mantas do Brasil, patrocinado pela Petrobras, por meio do Programa Petrobras Ambienta, tem como sede a Baixada Santista. O motivo não poderia ser outro, já que a Laje é um dos raros pontos de mergulho no mundo para encontrar e estudar o animal – a exemplo do que ocorre em Moçambique, na África, Isla de La Plata, no Equador e no Havaí, nos Estados Unidos.

O Projeto Mantas do Brasil é uma iniciativa do Instituto Laje Viva, criado há quase 20 anos para incentivar a preservação do primeiro e único parque marinho de São Paulo. Além dos órgãos não governamentais, o rochedo é salvaguardado pela legislação brasileira, pela Polícia Ambiental e pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Aproveite o verão para visitar a Laje de Santos e, de tabela, ajude a preservar um dos lugares mais belos da costa brasileira. O turismo consciente afasta os pescadores ilegais e contribui para a fiscalização deste santuário da vida marinha que fica aqui, bem no nosso “quintal”. Saiba tudo sobre o parque, como chegar, o que é permitido e o que é proibido acessando www.lajeviva.org.br.

 

Lage de Santos

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