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CRIOULA É O CAMPEÃO GERAL DA 49ª SEMANA INTERNACIONAL DE VELA DE ILHABELA

Depois de oito dias de competição, com ventos fracos e fortes, sol, chuva, muita disputa, emoção e equilíbrio, foram definidos, neste sábado, 30, os campeões da 49ª Semana Internacional de Vela de Ilhabela. A maior competição da vela oceânica da América do Sul teve a participação de 115 embarcações e cerca de mil velejadores brasileiros e argentinos. O evento reuniu bicampeões e medalhistas olímpicos, campeões mundiais, medalhistas pan-americanos, além de nomes consagrados da vela brasileira e internacional, e novos velejadores que tiveram a oportunidade de vivenciar uma experiência inédita com seus ídolos na Regata Vela do Amanhã.

Na classe ORC, o campeão foi o Crioula 52, barco de Porto Alegre (RS), que ganhou do Phoenix, do Guarujá (SP). Na C30 outra disputa sensacional e o Caballo Loco, com o bicampeão olímpico Robert Scheidt no leme, barco de Ilhabela e Ubatuba, superou por apenas um ponto o Loyalty 06. Na BRA-RGS e Clássicos a vitória foi do bicampeão olímpico Torben Grael com o Lady Lou. Já na Super 40, com barcos modelo Soto 40 que disputaram a ORC, o campeão King só foi conhecido no quarto critério de desempate contra o Argos, que contou com o medalhista olímpico Lars Grael. Na Multicasco o barco pernambucano Aventureiro 4 ganhou as seis regatas.  Na Bico de Proa, vitória do BL3 Bangalô. E na HPE 25 o primeiro lugar ficou com o Espetáculo, seguido do Three Musketeers.

Na principal classe da Semana de Vela, a ORC, os barcos Crioula e Phoenix depois de sete regatas entraram na última separados por apenas um ponto, com quatro vitórias do Crioula contra três do Phoenix. Na regata decisiva, o Ventaneiro 3, do comandante Renato Cunha, foi o ganhador, mas com o segundo lugar o Crioula, do comandante Eduardo Plass e com o velejador olímpico Samuel Albrecht, garantiu o título, com dez pontos perdidos contra 13 do Phoenix, do multicampeão Eduardo Souza Ramos. O Argos, com Lars Grael, terminou na terceira posição.

“Velejamos muito bem durante toda a semana, embora tenhamos tido um pouco de azar na regata de sexta-feira. Mas fomos para o último dia com muita garra e determinação, conseguimos o segundo lugar o que foi suficiente para garantir o campeonato. Nosso maior desafio ao longo da semana foi seguir aprendendo e velejando nosso barco. Ele é bastante difícil, tem muitos detalhes, temos muito o que melhorar como equipe ainda. O barco tem muito potencial a ser explorado. Tivemos uma rivalidade muito boa com alguns barcos, numa competição de nível alto, de excelentes velejadores, isso tudo valoriza a nossa conquista. Estamos muito felizes”, afirma o velejador olímpico e medalhista pan-americano, Samuel Albrecht.

Equipe Caballo Loco comemora o título / Crédito: Acervo SIVI / Aline Bassi / Balaio de Ideias

Na classe C30 a definição do campeão ficou para as últimas duas regatas deste sábado, com três embarcações na disputa: o Caballo Loco, com o bicampeão olímpico Robert Scheidt, o Loyalty 06 e o Kaikias. Com dois segundo lugares contra dois primeiros do Loyalty, o Caballo Loco, do comandante Mauro Dottori, garantiu o título por apenas um ponto: 21 pontos perdidos contra 22 do adversário. O Kaikias terminou em terceiro, com 24. O título é o segundo do barco na SIVI repetindo o feito de 2019.

“Aconteceu muita coisa na água, dois nós de correnteza, o vento variando bastante, mas a equipe conseguiu superar alguns momentos difíceis. Nossa primeira largada foi ruim, a gente veio de trás, conseguiu se recuperar e chegar em segundo. Na segunda regata de novo lutando por cada metro conseguimos chegar ao título. Foi muito bom estar em Ilhabela e me juntar à equipe do Caballo Loco”, comenta Scheidt. “É um esporte de equipe. Eu sou apenas uma das peças nessa engrenagem. Velejamos juntos, nos entrosamos, fizemos escolhas que nem sempre foram acertadas. Além disso, tivemos duas regatas bem ruins, mas fizemos uma boa reunião na sexta-feira à noite para esquecer um pouco dos problemas e entrar com tudo no último dia. Sair daqui com o título é muito bom. Mostrou que a equipe soube reagir depois de um dia difícil”, completa o timoneiro, que promete voltar em 2023: “A Semana de Vela é sempre muito bem organizada, com o Yacht Club fazendo um ótimo trabalho. Aproveito para agradecer aos patrocinadores que estão dando uma grande força. Não vejo a hora de voltar em 2023 e competir novamente. Agora é um dia de comemoração e celebrar”.

2022 Semana Internacional de Vela de Ilhabela, YCI / © Matias Capizzano

Torben Grael e Marcelo Ferreira ganharam juntos duas medalhas de ouro e uma de bronze nos Jogos Olímpicos. A dupla reeditou a parceria na Semana de Ilhabela e faturou o título geral da BRA-RGS e da Clássicos com o Lady Lou, um veleiro de 1969, que fez sua estreia na SIVI.

“A maioria das regatas foi com o mar muito liso favorecendo um pouquinho a gente. Na segunda regata tivemos um incidente passando do lado errado numa boia e fomos penalizados. Ficamos pendurados porque o descarte só aconteceu no último dia. Então tivemos que ir se virando pra ir bem e esperando acontecer o descarte. Foi um resultado muito bom pra tripulação e pro barco, estou muito contente”, comenta Torben. “Em relação à tripulação foi muito bom juntar o pessoal das antigas e foi bastante divertido. Também corremos com o filho do Marcelo Ferreira, o Tomás, de nove anos, um tripulante mirim, o João de 14 anos. Para eles foi muito bom e pra gente também porque baixou a média de idade (risos). Além disso, é uma delícia correr com o Marcelo, a gente se dá muito bem, ele é um excelente tripulante, dos melhores que já corri e um grande amigo”, finaliza.

Comandante do campeão Caballo Loco e organizador da Semana Internacional de Vela de Ilhabela, o diretor de vela do Yacht Club de Ilhabela, Mauro Dottori destacou a presença dos cerca de mil velejadores e o nível técnico da competição.

“Um evento desse nível vai me causar muita saudade e, ao mesmo tempo, aumenta minha responsabilidade porque vou ter que fazer um evento ainda melhor no ano que vem. Foi uma Semana de Vela fantástica, com todos esses velejadores, campeões olímpicos e mundiais, todo esse clima que envolve a competição, a cidade enfeitada, todos felizes, a simbiose entre a Prefeitura e o Yacht Club de Ilhabela, os patrocinadores sorrindo de orelha a orelha. São momentos que a gente vive na vida que eu espero que o clube e a Prefeitura possam viver novamente no ano que vem”, avalia Mauro. “2023 vai ser um ano ainda mais especial com a 50ª edição da competição, os 100 anos do barco Atrevida aqui de Ilhabela. Com tudo isso eu só quero que todos venham de novo. Mas o que interessa mesmo é a alegria de todas as pessoas envolvidas e a certeza de que querem mais no próximo ano”.

A competição contou entre outros com seis medalhistas olímpicos como os bicampeões Robert Scheidt, Torben Grael, Marcelo Ferreira e Martine Grael, além de Lars Grael e Clínio de Freitas. Destaque ainda para o pentacampeão mundial e bicampeão pan-americano Maurício Santa Cruz; para o campeão mundial de Optimist, Alex Kuhl; além dos velejadores olímpicos Gabriela Nicolino, André Fonseca, Bochecha, Samuel Albrecht, Henrique Haddad, o Gigante, Jorge Zarif e Manfred Kaufmann.

Hall dos Campeões:

ORC

1 – Crioula 52

2 – Phoenix

3 – Argos

C-30

1 – Caballo Loco

2 – Loyalty 06

3 – Kaikias

BRA-RGS

1 – Lady Lou

2 – Pangea

3 – Fantasma

Super 40

1 – King

2 – Argos

3 – 4Z Phytoervas

Clássicos

1 – Lady Lou

2 – Cangrejo

3 – Pepa XIX

Multicasco

1 – Aventureiro

2 – Guará 3

3 – Maré XX

Bico de Proa

1 – BL3 Mangalô

2 – Bacanas IV

3 – Blue Wind III

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