Uma megaoperação para localizar criminosos que roubam embarcações na região da Baixada Santista, em São Paulo, foi realizada nesta terça-feira (20). O alvo foi a comunidade Santa Cruz dos Navegantes, em Guarujá, local utilizado como rota de fuga dos assaltantes.
Equipes da Polícia Militar Ambiental (PMA) utilizaram lanchas, o helicóptero Águia 32 e veículos em terra para ocupar a comunidade, também conhecida popularmente como Pouca Farinha. Um balanço parcial do início da tarde apontava para um preso por tráfico de drogas.
O trabalho foi coordenado pelo coronel Alberto Malfi Sardilli, comandante da PM Ambiental no Estado, que sobrevoou a área pela manhã. “Houve um corre-corre muito grande quando entramos. Monitoramos do alto tudo e identificamos pontos estratégicos para ação dos policiais”, disse.
A Santa Cruz dos Navegantes é uma comunidade localizada às margens do Canal do Estuário, também utilizado como acesso ao Porto de Santos e a marinas localizadas nas cidades da região. Estima-se, segundo dados da prefeitura, que mais de 5 mil pessoas morem no bairro.
“Sabemos que o local é utilizado como rota frequente de fuga. A gente teve o objetivo de localizar embarcações roubadas, recolher materiais decorrentes dessas ações e, também coibir o tráfico de drogas, além de toda a fiscalização ambiental que temos por objetivo”, afirmou.
Do alto, os policiais no helicóptero localizaram um terreno com carcaças de lanchas e motos aquáticas que foram vistoriadas pelas equipes em terra em seguida. No mar, os soldados realizaram abordagens de embarcações pesqueiras e de suspeitos que saíam da comunidade.
“Agora, faremos operações rotineiras e constantes nessa e em outras comunidades no entorno do Porto de Santos e da região costeira da Baixada Santista. Vamos coibir qualquer tipo de crime no mar”, afirmou o coronel. Nesta operação, aves silvestres em gaiolas também foram apreendidas.
O coronel Sardilli também adiantou que, até o fim do ano, novas embarcações serão adquiridas pela PM Ambiental.“Pelo menos três delas ficarão no entorno do Porto de Santos e nas cidades da região. Uma será blindada e terá o foco de conter a ação de criminosos”.
Crimes no mar
Ao longo de 2017, uma série de crimes semelhantes foram registrados. Em 13 de maio, três pescadores foram obrigados a abandonar uma lancha nas proximidades da Ilha das Palmas. Armados, três rapazes em um barco de alumínio se aproximaram, anunciaram o roubo e fugiram com os bens das vítimas.
Em 22 de maio, três rapazes armados invadiram uma embarcação que realizava levantamentos hidrográficos no canal de navegação do Porto de Santos, na mesma região. Equipamentos avaliados em até R$ 200 mil foram roubados pelos criminosos, que fugiram em um barco.
Em 2 de junho, uma embarcação com cerca de 30 pessoas, entre crianças, adultos e idosos, foi invadida e saqueada por criminosos armados em Guarujá. As vítimas retornavam de uma festa junina em uma ilha e tiveram bens roubados. Ninguém se feriu.
Em 3 de junho, um trio, também em uma embarcação de alumínio, abordou um velejador e saqueou o barco dele em frente à Fortaleza da Barra, entre Santos e Guarujá, no acesso ao cais. Assim como as demais, a ação foi rápida e durou menos de dez minutos.
Nesse intervalo, outro veleiro foi invadido enquanto saía de uma marina na mesma região, durante a madrugada, por um trio que aparenta ser o mesmo das demais ocasiões. Os tripulantes seguiriam viagem para o Rio de Janeiro e tiveram que adiar a partida.
Já em 3 de fevereiro deste ano, dois velejadores foram surpreendidos na barra de Santos por homens armados, em uma embarcação de alumínio. Os assaltantes fugiram levando bens pessoais dos tripulantes. O barco dos suspeitos foi achado no dia seguinte, pela PM Ambiental.
Por José Claudio Pimentel, G1 Santos
Megaoperação
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