Uma moto aquática conduzida por um rapaz sem habilitação atingiu uma prancha de stand up e colidiu com uma lancha em Guarujá, no litoral de São Paulo, no domingo (25). O acidente ocorreu na praia da Enseada e, segundo testemunhas, o veículo estava em alta velocidade. Bombeiros, polícia e marinha atenderam a ocorrência.
Quatro lanchas estavam enfileiradas em uma região costeira conhecida como Canto do Tortuga quando ocorreu a colisão. “Um casal na moto aquática passou por nós muito rápido e vimos eles perdendo o controle da direção”, informou a publicitária Vera Lúcia Costa, de 62 anos, que estava a bordo da lancha atingida.
No entorno dos barcos, que reuniam cerca de 30 pessoas, havia crianças e adolescentes no mar. Um deles era o filho de 12 anos da empresária Ketty Mira Marques, de 38 anos. “Ele havia acabado de sair da prancha [de stand up], quando a moto aquática passou por cima dela e bateu na nossa lancha. Meu filho mergulhou para não ser atingido”.
Logo em seguida, ainda segundo relato das testemunhas, o casal na embarcação tentou fugir. “Nós puxamos meu filho para dentro da lancha. Ele não se machucou, mas engoliu um pouco de água”, afirmou a empresária. Um marinheiro foi atrás dos dois e conseguiu levá-los de volta aos barcos para aguardar as autoridades.
Ketty conta que os dois foram colocados a bordo da lancha deles. “O rapaz admitiu que havia bebido um pouco antes, que não tinha habilitação e que havia alugado a moto aquática. O pagamento, segundo ele, foi feito em dinheiro, mas não informou o valor”, disse.
Bombeiros, polícia e Marinha foram acionados. Enquanto aguardavam, uma mulher que se apresentou como dona da moto aquática foi até o grupo em um bote. “Ela queria levá-lo. Chegou com um capanga para nos ameaçar e nós não deixamos. Ela ainda disse que o moleque, que alugou, havia roubado o veículo”, contou o empresário Enídio Costa, de 65 anos, também a bordo do barco.
Equipes do Grupamento Marítimo do Corpo de Bombeiros (GBMar) chegaram em seguida. “Fomos prestar apoio, já que o caso é de responsabilidade da Capitania dos Portos. Não houve feridos. A informação era de que a moto aquática passou pela prancha, atingiu a lancha e o rapaz tentou fugir”, disse a tenente Carolina Oliveira Akamine.
“O mais absurdo foi a gente esperar a Capitania por mais de uma hora e meia. Eles [os peritos] chegaram de carro, não estavam de barco. Já tinha que ter alguém da Marinha lá, já que todo fim de semana a movimentação é grande. O que será que estão esperando acontecer?”, desabafou a mãe do adolescente quase atingido pelo veículo.
A moto aquática foi apreendida para perícia da autoridade marítima e o condutor foi autuado. O comandante da Capitania dos Portos de São Paulo (CPSP), o capitão-de-mar-e-guerra Alberto Pinheiro de Carvalho, confirmou que o condutor não tinha habilitação e que o caso é alvo de um inquérito. “Vamos apurar as causas e responsabilidades e também verificar a real propriedade da moto aquática, que foi lacrada”. As polícias Militar e Civil informaram que ninguém foi detido.
O G1 não conseguiu contato com a proprietária do veículo.
Fonte: G1