Os campeões mundiais de Star, Jorge Zarif e Guilherme de Almeida, participarão da Star Sailors League, SSL Finals 2018, de 3 a 8 de dezembro em Nassau, nas Bahamas. É tradição que os campeões da classe na temporada sejam convidados especiais, assim como os dez melhores timoneiros no ranking da SSL. Zarif e Almeida conquistaram o inédito título no último domingo (14/10) em Oxford, nos Estados Unidos.
Entre as cinco edições da SSL Finals, disputadas desde 2013, Zarif competiu em três ocasiões e seu melhor resultado foi o quarto lugar em 2014 ao lado de Henry Boening, um ano após tornar-se o mais jovem campeão mundial da Classe Finn. Zarif é apenas o quarto atleta na história da vela a conquistar os mundiais das classes Finn e Star.
“Pretendíamos correr a SSL Finals, era o nosso objetivo, e vencer o Mundial seria a única forma de sermos convidados”, declarou Zarif, em campanha olímpica na Finn para os Jogos Tóquio 2020. A dupla com Almeida foi formada em abril, pouco antes de conquistarem a medalha de bronze no Hemisfério Ocidental, em Miami.
“Ganhar este título é especial, não apenas porque iremos a Nassau, mas porque meu falecido pai, Guga, era também velejador de Star e Finn. Ele está orgulhoso por eu ter vencido ambos os mundiais”, reverenciou Zarif.
Outras duas duplas brasileiras estão confirmadas: o bicampeão olímpico Robert Scheidt e Boening, o Maguila, atuais vice-campeões em Nassau, e o também medalhista olímpico e campeão mundial Lars Grael, com seu proeiro Samuel Gonçalves. A competição de Nassau distribui 200 mil dólares em prêmios.
Simultaneamente aos treinos na Classe Finn, Zarif já começou a planejar a logística da viagem a Nassau. “Estamos definindo a escolha do barco e das velas. Pretendo chegar antes para treinar com o Luca Modena (técnico italiano da dupla brasileira). Primeiro temos de pensar em ficar entre os dez primeiros. Depois, no último dia, tudo pode acontecer”. A SSL Finals reúne 25 tripulações. Após quatro dias de regatas, as dez melhores seguem para o dia decisivo com provas eliminatórias e consecutivas nas quartas de final, semifinal e final.
Guilherme de Almeida
Além da eficiência a bordo, a conquista do título mundial exigiu equilíbrio da dupla brasileira diante da pressão imposta por velejadores e Comissão de Regatas. Competindo de Star desde 1990, o experiente Almeida soube controlar a situação. “Principalmente os norte-americanos nos pressionaram muito, com rigorosa marcação nas regatas e protestos que se estendiam após a disputa”.
O renomado dermatologista, disputou mundiais de Star ao lado dos principais velejadores do Brasil como, Torben Grael, Alan Adler e Gastão Brun, chegando ao quinto lugar como a melhor classificação, com Adler. Em Oxford, a dupla teve a oportunidade de se aprimorar nos ventos mais fracos, o que pode ser fundamental para a SSL Finals.
“Desta vez foi diferente, dominamos o campeonato do início ao fim devido ao talento do Jorginho. Ele possui muitas das qualidades que o pai dele possuía e uma técnica ainda mais apurada. Eu também tenho um pouco do Guga, com quem aprendi na vela. Senti que o Guga estava presente e pude constatar definitivamente que o Jorginho é um velejador diferenciado” elogiou doutor Almeida.
O médico-velejador já disputou três edições da SSL Finals, sempre com Torben, e nunca chegou às finais. Ao formar parceria com Jorginho na Star, a estratégia de Almeida é de manter o campeão mundial em atividade na Star, considerada a classe mais nobre entre os monotipos. Almeida sabe que Jorginho motivado e confiante, brigará pelo pódio na Classe Finn nos Jogos Tóquio 2020.
Saiba detalhes da competição
Nos quatro primeiros dias as 25 tripulações correm 11 regatas, todos contra todos, com apenas um descarte. As dez primeiras colocadas permanecem no campeonato para disputar três regatas no dia decisivo. O líder da fase de classificação vai direto à final. O segundo colocado passa para a semifinal. A cada regata da fase decisiva três barcos são eliminados.
As regatas serão transmitidas ao vivo na Internet com os comentários de especialistas e convidados especiais no estúdio. Na água, a mais recente tecnologia em câmera HD, assim como o Virtual Eye 3D Graphics, proporcionarão uma visualização emocionante, em detalhes, intercalando-se imagens ao vivo com a telemetria animada dos barcos, direto da Baía de Montagu.
Quem quiser “velejar” sem sair da poltrona, poderá jogar o Virtual Regatta, vídeo game com a simulação de todas as situações de uma regata.