Objeto de desejo dos principais velejadores do mundo, a Volvo Ocean Race começou a ser disputada neste domingo (22) com sete barcos. Competição é apontada como uma das maiores da vela ao lado de Olimpíada e America’s Cup
A Volvo Ocean Race, o desafio mais difícil de uma equipe esportiva profissional, começou neste domingo (22) em Alicante, na Espanha, com a presença de mais de 70 velejadores distribuídos em sete equipes. A batalha pelos mares do planeta dura oito meses e os veleiros devem percorrer mais de 73 mil quilômetros para buscar o título.
E o sonho de ser campeão é o mesmo para todos os comandantes. Na sexta-feira (20), os principais representantes das equipes concederam entrevista coletiva para a mídia internacional no Museu da Volvo Ocean Race, em Alicante, local da largada.
Os espanhóis do MAPFRE, após vitórias nas regatas-treino e na In-Port Race espanhola são apontados como os principais favoritos ao título pelos especialistas. O campeão olímpico Xabi Fernández evitou o clima de já ganhou.
“Não somos os grandes favoritos. Não falamos disso aqui, mas percebemos que as pessoas pensam assim. O que posso dizer é que estamos prontos”, disse Xabi Fernández. “Chegamos perto antes, mas o título não veio. Sabemos como é difícil e longa essa regata”.
Vice-campeão da temporada 2014-15, o Team Brunel do holandês Bouwe Bekking investiu pesado pra vencer. O maior nome da tripulação será Peter Burling, que foi ouro na Rio 2016 e responsável por levar de volta à Nova Zelândia a America’s Cup.
“Todos queremos ganhar. Temos muitas chances com a chegada do ‘golden boy’ e de outros nomes. Essa nova safra de velejadores da America’s Cup está vindo para a Volta ao Mundo com uma visão diferente da gente da velha guarda. Eles têm intensidade, empolgação e desempenho”, falou Bouwe Bekking.
Mais uma equipe que se repete em 2017-18 é o Dongfeng Race Team, do francês Charles Caudrelier. O velejador lidera a campanha chinesa e sonha em ser campeão novamente, agora como comandante. Em 2011-12, o francês foi integrante do Groupama.
“Qual a diferença entre fazer a regata como membro da equipe e comandante? Muita. A gente nunca para e a pressão também. Mas eu tenho uma equipe forte ao meu redor, então acho que sou um skipper de sorte”.
Primeira equipe confirmada nessa edição, o team AkzoNobel tem os dois brasileiros na regata: Martine Grael e Joca Signorini. Mesmo com mais tempo de preparação, a tripulação sofreu uma baixa com a saída de seu comandante na véspera da In-Port Race de Alicante, no sábado (14). Para seu lugar foi achada uma solução interna: o experiente Brad Jackson.
“Estamos nos concentrando na prova, basicamente temos a mesma tripulação que tínhamos antes, exceto o Simeon (Tienpont). Nunca foi meu sonho ser o comandante, não é algo que eu sinto a necessidade de ser, mas a situação surgiu e eu estou feliz”, disse Brad Jackson.
O norte-americano Charlie Enright volta a comandar uma equipe depois de estrear em 2014-15. Ele lidera o Vestas 11th Hour Racing, muito mais experiente agora e com a mesma pegada de antes.
“Mostramos muita evolução na última edição. Fomos do início em Alicante até o final em Gotemburgo subindo de produção. Queremos manter essa trajetória. Ganhamos a última etapa da última perna de 2015 e queremos fazer o mesmo aqui”.
O primeiro barco de bandeira portuguesa na história é o Turn the Tide on Plastic. A britânica Dee Caffari comanda um barco com foco ambiental e na renovação dos velejadores.
“Todo mundo fala sobre Turn the Tide on Plastic como uma equipe inexperiente. Muitos deles a bordo são iniciantes, mas são ótimos velejadores, podendo fazer um barco rápido. Nosso objetivo é criar uma oportunidade para jovens na Volvo Ocean Race, além da mensagem de sustentabilidade”.
Hong Kong terá o Team Sun Hung Kai / Scallywag na regata. O comandante David Witt terá uma equipe formada por velejadores de vários países – fato semelhante à maioria dos times – para liderar.
“É o melhor esporte em equipe do mundo. Estou aqui porque tive uma boa oferta e não consegui encontrar uma maneira melhor de perder peso”, brincou. “Como eu disse, sou um fanático pela vela, mas acho que somos um grupo de loucos”.