Os ventos mais fracos, com cerca de 6 nós, não tornaram mais fácil a tarefa dos velejadores no último dia de disputa pelo título do 34º Campeonato Brasileiro da Classe Dingue, realizado pelo Clube Naval Charitas (nos dias 15, 16 e 17 de novembro), em Niterói. Com 73 duplas inscritas — representando Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Pernambuco, Ceará e Distrito Federal — a competição terminou hoje (domingo), com a dupla Hans e Karina Hutzler, de Pernambuco (Cabanga Iate Clube), em primeiro na classificação geral, com 22 pontos perdidos, garantindo o tricampeonato (2017, 2018, 2019).
“Começamos o dia na frente. Na última regata, estávamos com vantagem, mas enganchamos em outro barco na largada e caímos para o meio da flotilha. Montamos a primeira boia em 20º, mas recuperamos. Conseguimos passar o Junior e chegamos logo atrás do Fabio, o suficiente para ganhar. Foi emocionante porque saímos da dianteira e caímos para uma posição muito ruim, sem qualquer chance. Mas não desistimos. Lutamos a cada rajada, a cada rondada e conseguimos ultrapassar as posições necessárias para garantir o campeonato”, comemora Hans.
Os classificados em segundo e terceiro lugar no placar geral foram: Fábio Alonso e Vicente Campos, de Niterói (Clube Naval Charitas), com 24 pontos perdidos; e Luiz José Junior e Anísio Corrêa, de Niterói (Clube Naval Charitas) com 25 pontos perdidos.
Um dos pontos fortes desta edição do brasileiro de Dingue foi a categoria estreante, não apenas em razão do número de participantes — 20 duplas — mas também por conta do bom nível técnico dos jovens velejadores.
“Essa renovação é importante, pois garante o futuro da classe no Brasil”, afirma David Baker, presidente da associação nacional (ABCD).
A equipe de cinco duplas do Projeto Grael (jovens de 13 a 17 anos) teve excelente atuação nesta categoria, mantendo a primeira posição nos dois primeiros dias de regatas. Mas a dupla Hans Junior e Pedro Daltro, de Niterói (Iate Clube Brasileiro), sagrou-se campeã neste domingo, com 13 pontos perdidos. Em segundo lugar, os velejadores Luiz Salema e Isabela Santana, de Niterói (Projeto Grael), com 17 pontos perdidos; e Rodrigo Alvim e Leandro Franco, também de Niterói (Iate Clube Brasileiro ), com 19 pontos perdidos.
O campeonato começou na última sexta-feira (15/11), com ventos intensos de sudoeste, rajadas de até 30 nos, e mar agitado, resultado da chegada de uma frente fria. Na opinião de Luiz José Junior, timoneiro da dupla com Anísio Corrêa (Clube Naval Charitas, Niterói) e terceiro na competição, o primeiro dia foi o mais difícil.
“Tivemos condições extremas, com rajadas fortes e barcos virando, mas ninguém desistiu. A partir do segundo dia, o vento foi perdendo um pouco de força, mas as regatas foram muito competitivas do início ao fim do campeonato”, conta.
Para Lorenzo Souza, da Holos Brasil, empresa que fabrica o Dingue, o da classe no país é positivo para a vela brasileira:
“Como se trata de uma classe para iniciantes, esse crescimento favorece a vela como um todo, pois é uma porta de entrada para outras classes. E as novas tecnologias usadas na construção dos barcos acompanham esse desenvolvimento”.
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