Mais um dia de sol forte e vento médio em Ilhabela, enquanto o 47º Campeonato Brasileiro de Optimist já chega na metade. Nesta quinta-feira foram realizadas duas regatas para os Veteranos, que já completaram seis, tanto na flotilha azul quanto na amarela, e mais duas para os estreantes, que fizeram quatro regatas até o momento e definirão seu campeão nesta sexta-feira. Gustavo Glimm, do Veleiros do Sul, assumiu a liderança dos Veteranos, enquanto Erik Scheidt segue em primeiro entre os estreantes. A competição segue até o dia 15 na Escola de Vela Lars Grael e é aberta ao público.
Na água, além dos 220 velejadores, estão os técnicos – 40 no total – e ao menos 20 botes tripulados por pais e mães. Os pais têm papel fundamental no apoio dos velejadores antes e depois da regata, não só na hora de montar o barco, saber a programação do dia, mas também dar apoio moral entre uma prova e outra.
“Acompanhar a filha na água é uma experiência diferente, por que quando estamos em terra a notícia vem pelo celular e quando estamos na água dá para saber o que aconteceu na regata toda. No início ela nunca quer que eu vá, mas depois quando acaba a regata sempre vem perguntar como é que foi”, disse Gastão Furlin, pai da Brenda Furlin, do Iate Clube de Santa Catarina.
Preocupação dos pais dos competidores da Optimist
Mas nem sempre os pais conseguem ir para a raia ver seus filhos. “É uma agonia ficar em terra enquanto ele vai para a água. A mãe ficou em casa passando mal. Mas o que eu sempre falo é para ele ir e se divertir. Eu ajudo ele a desmontar o barco por que sei que deve estar cansado depois da regata, passou o dia debaixo de sol muito quente, mas acho que é ele quem tem que cuidar do barco, montar do jeito que ele gosta”, disse Renan Alves, pai do Felipe Alves, do Clube de Regatas Guanabara.
“É bom ter meu pai comigo, por que ele está sempre por perto para me ajudar. Ele me apoia, torce por mim”, disse Felipe, que disputa seu primeiro Campeonato Brasileiro.
Para os técnicos essa ajuda é sempre bem vinda, mas tem que haver um limite. “Eu sou privilegiado, não tenho problema com os pais da minha flotilha, mas isso vem desde a escolinha. Ensinamos que é importante dar autonomia para que a criança aprenda a montar e desmontar o barco, fazer tudo o que tem que fazer com a ajuda do treinador. Na escola os pais já não podem ajudar muito e quando chega no campeonato eles acabam ficando bastante ansiosos, mas, junto com o capitão de flotilha, conseguimos não deixar esse nervosismo influenciar nas crianças. Ao mesmo tempo é importante saber que podemos contar com os pais caso aconteça alguma coisa”, disse Geison Mendes, técnico do Veleiros do Sul.
No final do dia, os velejadores e os pais presentes na Escola de Vela Lars Grael puderam participar de um bate papo com os medalhistas olímpicos Robert Scheidt e Bruno Prada, com direito a sorteio de brindes.