O acidente do Team Vestas Wind obrigou a Volvo Ocean Race a buscar respostas para o ocorrido. Por isso, a organização do evento chamou uma auditoria independente para apontar medidas que aumentem a segurança das equipes durante as regatas oceânicas. O relatório foi publicado nesta segunda-feira (9) e pode ser acessado, em ingles, acesse aqui.
A pesquisa foi encomendada pela organização da prova em dezembro do ano passado e foi conduzida por um grupo de peritos na área, presidido pelo almirante Chris Oxenbould, pelo especialista em navegação Stan Honey e pelo especialista em segurança marítima Chuck Hawley. Os peritos concluíram que as causas do incidente são claras. O grupo entrevistou a tripulação, a direção da regata, e fez todas as análises necessárias.
Um dos destaques do relatório é o pedido de melhorias nas cartas de navegação para evitar acidentes semelhantes ao do Team Vestas Wind no futuro. O barco dinamarquês encalhou durante a segunda etapa da Volvo Ocean Race em uma remota ilha do Oceano Índico. Após o incidente, o barco foi removido do recife e agora está sendo reconstruído no estaleiro Persico, em Bergamo, na Itália. O objetivo da equipe é voltar para a competição na etapa entre Lisboa e Lorient, em junho.
“A equipe não tinha conhecimento de que havia perigo para a navegação nas proximidades da ilha. E considerou, de maneira errada, que a profundidade mínima no recife de Cargados Carajos era de 40 metros”, resume o relatório.
Sem determinar responsabilidades, o relatório teve as seguintes conclusões:
- Havia deficiências no uso das cartas eletrônicas e outros dados de navegação do Team Vestas Wind.
- Mesmo assim, a cartografia era deficiente na definição dos perigos para a navegação quando mostrou o local em pequena e média escala.
- A gestão de emergência funcionou bem e não houve fatores administrativos ou de gestão de regata que contribuíram para o incidente.
As principais recomendações são:
- Revisar, melhorar e estabelecer diretrizes para o uso de cartas eletrônicos na regata.
- Os fornecedores de sistemas de mapeamento e os fabricantes de software de navegação a bordo sejam informados sobre as deficiências percebidas.
- O painel sugere também que a Volvo Ocean Race use a sua influência na indústria naval para promover o desenvolvimento de um sistema de navegação melhorado, tanto em termos de cartas náuticas e softwares.
O relatório também fez outras recomendações para a regata. O CEO Volvo Ocean Race, Knut Frostad, disse que todas seriam levadas em consideração. “O objetivo é distribuir esse relatório para os comandantes e para as equipes. Isso será útil nas regatas futuras e para toda comunidade da vela oceânica”.
A Volvo Ocean Race vive agora a expectativa para a largada da quinta etapa, entre Auckland (Nova Zelândia) e Itajaí (Brasil). Serão 6.776 milhas náuticas a partir do próximo domingo, 15 de março. Será o mais longo e mais difícil percurso desta edição.
Volvo Ocean Race
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