Os organizadores da Semana de Vela de Ilhabela 2017 estão confiantes em mais um show das baleias durante as regatas, marcadas para o período de 7 a 15 de julho deste ano. Na edição passada, os mais de 130 barcos inscritos no evento tiveram contato com os animais, muitos deles maiores que as embarcações. A competição coincide com o período de migração dos animais da Antártica para Abrolhos, arquipélago ao sul da Bahia.
“Ainda não temos uma informação precisa sobre a passagem das baleias. A água não está tão fria, as condições ambientais são outras. Com certeza, elas passarão pelo nosso litoral a caminho de Abrolhos. Mas a rota tanto pode ser mais próxima da costa, como no ano passado, ou mais aberta e distante”, disse Júlio Cardoso, diretor de Meio Ambiente do Yacht Club de Ilhabela e que foi o responsável por fotografar as baleias dando show nas regatas.
“O mais importante é que está absolutamente consolidado o Refúgio de Vida Silvestre de Alcatrazes. Por isso, estamos tranquilos de que teremos uma regata maravilhosa este ano, e esperando que nossas amigas jubartes passem aqui por perto para que possamos registrá-las novamente.”
Após a última edição da Regata Alcatrazes por Boreste Marinha do Brasil, dominada pelo show de saltos de um grupo de baleias jubarte, foi criado no arquipélago o Refúgio de Vida Silvestre de Alcatrazes, área com maior controle e regulamentação das atividades locais.
A área de 196 hectares (aproximadamente dois km²) do Arquipélago de Alcatrazes já era uma unidade de conservação protegida pela Estação Ecológica (ESEC) Tupinambás e administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade, entidades vinculadas ao Ministério do Meio Ambiente. Com a criação do refúgio, fica proibida a pesca ou extração de recursos marinhos, e o tráfego de navios passa a ser mais controlado. Há o plano de abertura para visitação e expedições para avistagem da fauna marinha.
“Isso, para Alcatrazes, foi um marco histórico”, celebra Júlio Cardoso, diretor de meio ambiente do Yacht Club de Ilhabela. “Agora Allcatrazes tem, legalmente, uma área de preservação ampla. o refúgio ocupa toda a antiga área delta, de seis ou sete milhas antes até cerca de sete milhas depois do arquipélago, e dez milhas na direção norte-sul. Antes, havia muita pesca clandestina, e o lugar é um criadouro de peixes, importante para baleias, golfinhos. O refúgio ajudará a disseminar as espécies no resto da região norte do litoral paulista.”
Votação popular para “batizar” a baleia
Júlio Cardoso conseguiu um feito inédito até então: documentar a passagem de uma baleia jubarte na passagem por Ilhabela, a caminho de Abrolhos. “Consegui fotografar a cauda do macho. A digital da jubarte é a parte inferior da cauda, cada uma com um desenho diferente. E, 33 dias depois, em 6 de agosto, o pessoal do Projeto Jubarte identificou esse macho em Abrolhos. Como eu fiz o registro aqui no litoral norte, eles me deram o direito de escolher um nome para o baleio. Estamos fazendo uma votação nas redes sociais, com cinco nomes”.
Entre as sugestões, estão Gorka, onomatopéia do barulho feito pela baleia ao saltar; Cidão, inspirado na ciência cidadã do registro de baleias; Almirante; e Ballerino, em homenagem ao barco pelo qual a baleia passou.
“O ano passado foi excepcional. Eu pessoalmente contei 35 baleias entre os meses de julho e agosto. A água estava mais fria, e havia cardumes de peixes e camarões mais próximos da costa, por isso elas se aproximaram”, explica Júlio. “No dia 3 de julho, na Regata Alcatrazes por Boreste, tivemos três baleias, um macho, uma fêmea e um filhote. Tive a oportunidade de fotografá-las, primeiro um pouco mais de longe. Então o macho passou por baixo do nosso barco e deu um salto fantástico!”
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