A oitava etapa da Volvo Ocean Race teve início na tarde deste domingo (22) em Itajaí (SC). Os sete barcos da regata de Volta ao Mundo sobem o Oceano Atlântico com destino a Newport (Estados Unidos) para um percurso de 5.700 milhas náuticas ou 10 mil quilômetros.
”Será muito complicada a etapa. A costa brasileira tem às vezes ventos muito fracos , ventos terral e gradiente passando pelos Doldrums – que é área de convergência tropical – com vento muito fraco. Promete bastante disputa e acho que vai ser bem difícil com noites mal dormidas. Então, depois disso vamos ver como vai estar a disputa”, explicou Martine Grael.
Martine ainda completa: ”Depois da última perna com várias quebras, dificuldades e uma carga emocional muito grande, agora vai voltar um pouco mais para o normal com o foco na disputa, pois a última perna era mais focada na sobrevivência”.
A prova terá mudanças de regime de vento e oferecerá opções às equipes. A disputa pela costa brasileira com ventos contra, as correntes, a Linha do Equador, as calmarias dos Doldrums e as correntes do Golfo dos EUA estarão na telas dos navegadores. Será a última vez que os barcos apontam para o norte literalmente, já que as próximas pernas são para a Europa.
Antes de seguir rumo a Newport, os barcos fizeram um percurso entre bóias em Itajaí. Alguns nomes do esporte brasileiro fizeram a tradição do leg jumper e pularam do barco. Uma delas foi a parceira de Martine Grael no ouro olímpico da 49erFx, Kahena Kunze. ”Uma emoção muito grande ser a leg jumper. É muito legal ver o que a Martine faz a bordo de um barco de oceano, ela está indo muito bem. Queria ter continuado”, revelou Kahena Kunze.
No Dongfeng, quem fez o salto foi o paralímpico Flávio Reitz, representante brasileiro nos Jogos de Londres 2012 e Rio 2016. ”A vela é um esporte fascinante e pode ser disputada por pessoas com deficiência. Fiquei feliz por representar a cidade que moro a bordo do Dongfeng Race Team”.
O disputa pelo título do campeonato está bastante equilibrada, com dois barcos praticamente empatados: Dongfeng Race Team com 46 pontos e MAPFRE com 45. A tabela segue com Team Brunel, com 36 pontos, e AkzoNobel, com 33.
”Tem muita regata pelo caminho, muitos pontos a disputar. Mas vamos em busca do sonho de ser campeão da Volvo Ocean Race”, explicou Charles Caudrelier, do Dongfeng Race Team.
Os espanhóis do MAPFRE tiveram a melhor largada e abriram vantagem pequena neste domingo. Depois de perder a liderança, os ibéricos querem voltar ao posto que sustentavam desde a segunda etapa.
Balanço geral Volvo Ocean Race
As 439.876 mil pessoas que passaram pela Vila da Regata, em Itajaí, comprovam em números o sucesso desta terceira edição da Volvo Ocean Race realizada em Itajaí. Entre 5 e 22 de abril, o evento teve um impacto econômico estimado de R$ 82 milhões, segundo expectativa dos organizadores do Itajaí Stopover. “Foi um grande desafio, porém muito positivo. As outras edições já tinham sido muito bem avaliadas pela organização internacional e, com isso, tínhamos que atender a estas expectativas. Agora é esperar pelo andamento das próximas tratativas. Há uma grande possibilidade de, mais uma vez, recebermos a Volvo Ocean Race”, celebra o presidente do Itajaí Stopover, Evandro Neiva.
Na Vila da Regata, nos últimos 18 dias, o que se observou foi um público brasileiro e estrangeiro acompanhando as diferentes atividades oferecidas em uma programação que contemplou educação ambiental e náutica, lazer e gastronomia. Neste último item, destaque para a grande aceitação do cardápio oferecido pelos restaurantes da área gastronômica, com diversas opções, incluindo pratos locais que resgatam a festa típica da cidade, a Marejada.
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